A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) tem a mais agitada das eleições deste ciclo no olimpismo brasileiro. De seis pré-candidatos à presidência, três inscreveram chapa, duas delas de oposição a Wlamir Motta Campos, que busca reeleição.
Agberto Guimarães, ex-corredor olímpico e ex-CEO do Comitê Organizador da Rio-2016, chegou a dar entrevistas como candidato, mas nunca apresentou candidatura.
Ele pretendia ter Fabiana Murer como vice, mas, distante do dia-a-dia do atletismo nos últimos anos, não teve apoio suficiente para inscrever chapa.
Warlindo Carneiro, pernambucano que presidiu a CBAt de 2018 a 2021, também se movimentou para ser novamente candidato, mas desistiu, assim como o capixaba André Schiek.
Ainda assim são três chapas inscritas, que ainda precisam ser homologadas pela comissão eleitoral.
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A “O Atletismo Pode Mais” é encabeçada por Joel Lucas Vieira, presidente recém-rereeleito na poderosa Federação Paulista de Atletismo (FPA), que concentra boa parte dos clubes, atletas e competições.
Joel, que é ex-atleta de arremesso de peso, tem como candidato a vice Ethel Teruko de Menezes, da Federação Sergipana.
Jerry Welton Barbosa Gadelha, presidente da Federação Cearense, é o cabeça da chapa “Por Um Atletismo Melhor”, com o medalhista olímpico Sandro Viana (bronze em Pequim) concorrendo à vice-presidência.
Já Wlamir, ex-arremessador de peso que fez carreira como consultor legislativo em Brasília, busca a reeleição de sua chapa com o também medalhista olímpico Edson Luciano (bronze em Atlanta, prata em Sydney).
Uma disputa exclusivamente masculina que tem como principal ingrediente a participação dos atletas, que são 28 votantes, um a mais do que os representantes das federações.
Os atletas (especialmente os medalhistas olímpicos, chamados de “Ídolos”, em referência ao programa da Caixa que os remunera) têm mais força do que em qualquer outra confederação olímpica para decidir a eleição.
Foram eles, principalmente, que deram a vitória a Wlamir na polêmica eleição de 2021, quando Warlindo fez de tudo para impedir a chapa de oposição de concorrer.
Wlamir foi o único candidato de oposição, entre todas as confederações olímpicas, a vencer a situação naquela rodada de eleições. Agora, corre o risco de ver a história se repetir contra ele, principalmente após perder parte do apoio que tinha entre os Ídolos.
A inscrição de duas chapas de oposição, porém, pode ser benéfica ao atual presidente, já que os que rejeitam a atual gestão podem dividir votos entre dois concorrentes. A eleição é em rodada única, sem segundo turno, o que significa que o próximo presidente pode ser eleito sem ter maioria.
O atletismo teve 35 anos de eleições de chapa única, primeiro com o amazonense Roberto Gesta de Melo permanecendo no cargo durante 26 anos, depois com o veterano garantindo que Toninho Fernandes, então presidente da FPA, fosse aclamado seu sucessor, em 2013.
Toninho foi derrubado do cargo em 2018, após reportagens deste blogueiro demonstrando fraudes em convênios com a Secretaria de Esporte de São Paulo. Warlindo, então vice, ficou no seu lugar até 2021, quando perdeu a eleição contra Wlamir.
O Colégio Eleitoral da CBAt é composto por 70 membros, que vêm das federações estaduais (27), representantes dos atletas (8), medalhistas olímpicos (20), treinadores (3), árbitros (2), clubes (5) e clubes sub-20 (4), além do representante brasileiro no conselho da WA (Hélio Marinho Gesta de Melo, filho do ex-presidente Gesta).
A eleição acontece no dia 23 de março, em São Paulo.




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